Como empreender em 2024

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1. O EMPREENDEDOR

“Um homem nunca sabe aquilo de que é capaz até que o tenta fazer.” – Charles Dickens. Qualquer pessoa, em algum momento da sua vida, pode encontrar uma oportunidade ou necessidade de criação de negócio.

A capacidade de agarrar essa oportunidade e transformá-la num negócio lucrativo, depende de um conjunto de fatores, explicados no seguimento deste capítulo. É essencial que se perceba que todos na vida têm diferentes competências, motivações, motivos, realidades e características que lhes são inatas.

Cabe a cada um trabalhar, com o melhor de si, para criar valor. Acresce que um empreendedor não deve ser um talentoso super-homem que reúna em si próprio todas as competências necessárias para o desenvolvimento de um projeto empresarial, ou que crie, desenvolva e consolide um negócio lucrativo sozinho.

Hoje em dia as competências necessárias para o sucesso devem ser conjugadas, tendo origem nos diferentes empreendedores/promotores do projeto, na equipa ou em recursos humanos a contratar. O trabalho em equipa permite uma maior complementaridade de competências que o empreendedor, isoladamente, muito dificilmente consegue colmatar, proporcionando, por outro lado, o enriquecimento do projeto com outros perspetivas e partilha de risco.

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1.1 Motivação para ser empreendedor

1.1.1 Motivação ou motivo

Existe uma diferença clara entre motivações e motivos que levam as pessoas a trabalhar para um dado fim. Muitas vezes, trabalhar por motivos não leva aos melhores resultados. Uma motivação é sempre associada ao lado mais positivo da vontade.

Esta desperta a curiosidade, a vontade, a criatividade e a capacidade de trabalho. Não quer dizer que não existam motivações negativas.

Os motivos podem ser bons ou maus. Geralmente, fazer alguma coisa por um motivo, tem sempre associada alguma responsabilidade e algum peso. Muitas vezes, são tidos como obrigações. Desta forma, associados a estímulos mais negativos que positivos, não contribuem para que a pessoa dê o melhor de si.

1.1.2 Motivações para empreender

Algumas das motivações encontradas num empreendedor, são as seguintes:

· A ambição de mudar, de aceitar desafios, e correr o risco de insucesso;

· A resiliência e autoconfiança, fundamentais, quando, repetidas vezes, os resultados não são os esperados;

· O sentido de oportunidade, que permite detectar a possibilidade de um novo avanço;

· A criatividade, capacidade de inovação e disponibilidade para aprender continuamente, fundamentais para encontrar soluções;

· O espírito de equipa e capacidade de liderança permitem motivar os colaboradores a persistirem na busca do sucesso;

· Saber que cada pequeno avanço é um passo no caminho da solução.

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1.2 Competências do empreendedor

Perante uma ideia de negócio é importante enumerar as competências transversais ao ato de empreender e específicas do negócio que está a ser desenvolvido.

Podemos organizar as competências de um empreendedor em 4 grandes dimensões:

  • Competências pessoais;
  • Competências relacionais;
  • Competências conhecimentos;
  • Competências técnicas.

1.2.1 Competências pessoais

Resultam da formação pessoal, da personalidade, das atitudes, etc. Compreendem o empreendedor enquanto pessoa. Esta dimensão será fundamental para determinar o posicionamento do empreendedor perante o mercado.

· Honestidade

A imagem de credibilidade do empreendedor, é um ponto-chave para que os consumidores, os financiadores e os stakeholders em geral, o aceitem como parceiro de negócios.

· Capacidade de enfrentar riscos; Ambição; espírito de iniciativa; criatividade.

Quando um negócio está a nascer, sem certezas de que vai ser um sucesso e com necessidade de ultrapassar um sem número de desafios, é a atitude do empreendedor, de aceitar os riscos, de trocar soluções mais estáveis pela ambição, de construir a diferença e de utilizar a sua criatividade e espírito de iniciativa, que serão determinantes para o impulsionar, no desafio de transformar uma ideia num negócio de sucesso.

· Autoconfiança; Persistência; Perseverança; Resiliência.

A autoconfiança, a persistência de continuar a acreditar no sucesso e a trabalhar, mesmo quando as experiências iniciais não são bem-sucedidas e a resiliência para enfrentar os desafios que vão surgindo, são garantias da capacidade do empreendedor de buscar o sucesso da ideia.

· Autodisciplina; Pontualidade; autocontrole; organização.

Ao assumir o papel de empreendedor (passando muitas vezes de uma realidade de trabalho por conta de outrem, respeitando regras e protocolos de trabalho previamente estabelecidos), é necessária autodisciplina e organização para aplicar essas características de sucesso a si mesmo e à equipa, uma vez que ninguém o fará por si.

· Capacidade de análise/síntese O empreendedor vai, permanentemente, ser solicitado a rever a situação do seu negócio e a redesenhar orientações e planos.

blog de sucesso
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No que respeita os projetos de empreendedorismo e inovação, a passagem da ideia ao negócio é muito dinâmica e a capacidade de análise e síntese vai ter um papel chave no progresso do negócio.

· Espírito de observação Um empreendedor é, naturalmente, alguém capaz de, observando o mundo em seu redor, identificar uma ideia e/ou criar uma solução, quando muitos outros, em condições semelhantes, não o conseguiram.

· Poder de comunicação; Fluência e continência verbais; capacidade de escutar; argumentação. Comunicar o negócio ao mercado e aos diferentes stakeholders é a chave para que uma boa ideia se transforme num negócio de sucesso.

· Apresentação pessoal A imagem do empreendedor é essencial para garantir a aceitação do mercado.

A apresentação pessoal tem uma quota-parte importante na criação desta imagem. Quando se refere uma boa apresentação pessoal, não se pressupõe uma atitude formal, mas uma atitude adequada a cada situação, transmitindo sempre uma imagem cuidada.

1.2.2 Competências relacionais

Nesta dimensão o empreendedor deve ser capaz de conciliar a capacidade de empatia com a projeção.

· Empatia Capacidade de compreender os outros.

· Projeção Capacidade de se focar nos objetivos.

· Capacidade de Interação (mercado, empresa, colegas…) Mantendo o foco nos objetivos e resultados, ser capaz de interagir produtivamente com o seu grupo de trabalho e com os interlocutores do mercado. Ser capaz de obter resultados, trabalhando com um grupo.

1.2.3 Competências de conhecimento

Esta dimensão agrega o conjunto de conhecimentos, a que habitualmente se chama knowhow. Muitos destes conhecimentos são resultantes da formação académica do empreendedor ou de um esforço autónomo de pesquisa e estudo.

· Conhecimentos de Gestão

Empresarial Quando transforma uma ideia num negócio, o empreendedor está perante um quadro empresarial que precisa de gerir com atitude profissional. Como principal responsável pelo sucesso do negócio, o empreendedor necessita de um boa formação nas diversas disciplinas de Gestão Empresarial.

· Conhecimentos de Gestão de Marketing Os conhecimentos de Gestão de Marketing merecem uma referência especial.

Pelo papel que desempenham no diagnóstico de mercado, na definição de uma visão estratégica para a empresa e no estabelecer de um plano de marketing que operacionalize a atividade da empresa de forma sustentada, estes são de uma importância extrema.

· Conhecimento de Gestão da Comunicação A Comunicação, sendo um elemento chave da gestão de marketing, tem um papel importante na ligação da empresa ao mercado. A correcta gestão das interações com o mercado é fundamental para garantir o sucesso da empresa.

1.2.4 Competências técnicas

· Aplicação dos conhecimentos de marketing Para além de ter conhecimentos de marketing, o empreendedor deve ser capaz de aplicar esses conhecimentos no desenvolvimento de um plano operacional coerente.

· Gestão por objetivos Estabelecer objetivos ambiciosos e realistas é uma base fundamental para a motivação da equipa, para o planeamento coerente das atividades e para a avaliação do progresso do negócio.

· Planeamento, Organização e método Uma empresa que está na fase de arranque, vai enfrentar dificuldades e seguramente escassez de recursos. De modo a minimizar estes problemas e a maximizar as hipóteses de sucesso, é fundamental um bom planeamento das fases de implementação e das diversas atividades, bem como uma boa organização das tarefas.

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· Gestão do tempo

As organizações têm hoje a noção de que o tempo é escasso. Mais importante que isso, tempo é dinheiro. Numa empresa com recursos limitados, é imperativo não desperdiçar tempo, otimizando as atividades e garantindo o cumprimento dos prazos planeados.

· Gestão da informação

“Gerir é tomar decisões com base em informação”. Na gestão empresarial, a informação e a sua gestão são fundamentais. A informação é o alicerce das boas decisões de gestão.

· Competências técnicas para realizar o produto ou serviço, que resulta da implementação da ideia é fundamental inventariar as competências técnicas necessárias à realização do projeto e verificar se o empreendedor ou a sua equipa detêm essas competências.

Não as detendo, é necessário que sejam capazes de mobilizar para o projeto as competências técnicas em falta.

· Fluência em línguas estrangeiras

Dependendo do projeto e dos mercados alvo, o domínio de uma ou mais línguas estrangeiras é fundamental para a abordagem dos mercados internacionais.

· Utilização de meios informáticos

Se o projeto não exigir competências informáticas específicas, a capacidade de usar a informática ao nível de utilizador é um requisito mínimo (ex.: ferramentas de office e correio eletrónico).

1.3 Análise de Competências

Com o objetivo de perceber quais as competências que lhe são inerentes e quais as que, estando em falta, pode trabalhar ou adquirir, preencha a seguinte lista:

Competências pessoais

  • Honestidade;
  • Sentido de conquista: Ambição, espírito de iniciativa, criatividade.
  • Autoconfiança: Persistência, Perseverança, Resiliência;
  • Capacidade de enfrentar o risco;
  • Autodisciplina: Pontualidade, autocontrole, organização.
  • Capacidade análise / síntese;
  • Espírito de observação;
  • Poder de comunicação: Fluência e continência verbais, capacidade de escutar, argumentação;
  • Apresentação pessoal Competências relacionaia;
  • Empatia;
  • Projeção;
  • Capacidade de Interação (mercado, empresa, colegas…);
  • Espírito de equipa;

Competências de conhecimento

  • Conhecimento de Gestão Empresarial;
  • Conhecimentos de Gestão de Marketing;
  • Conhecimentos de Gestão da Comunicação Competências técnicas;
  • Aplicação dos conhecimentos de marketing;
  • Gestão por objetivos;
  • Planeamento, organização e método;
  • Gestão do tempo;
  • Gestão da informação;
  • Competências técnicas para realizar o produto ou serviço;

Fluência em línguas estrangeiras

  • Inglês
  • Francês
  • Espanhol

Outra

Utilização de meios informáticos

Office

Outros

Uma vez identificadas as competências em falta e existindo a possibilidade de trabalhar em equipa, procure complementar as suas competências com as competências dos seus colaboradores. Estabeleça um plano de formação para si e para os seus colaboradores, com vista à aquisição das competências ainda por adquirir. Pode elaborar, ou preencher uma tabela como a que se apresenta.

2. A IDEIA

A ideia é o ponto de partida para o desenvolvimento de um negócio. Numa perspetiva muito genérica, uma ideia surge como resposta a uma necessidade identificada. O mercado permite detetar uma necessidade mas não define o produto de que necessita.

A visão empreendedora vai revelar-se na capacidade de detetar uma necessidade e desenvolver uma solução ou produto para a satisfazer. Exemplificando: Quando Steve Jobs criou o iPad o mercado não “lhe disse” que precisava de um tablet.

O mercado queria aceder à informática, nomeadamente à internet, em situações de mobilidade, na rua, no café, no aeroporto, sentados a uma mesa ou em pé, na paragem de autocarro ou no terminal do aeroporto. Steve Jobs interpretou a necessidade e criou uma plataforma que tinha autonomia de bateria de várias horas, arrancava quase de imediato, cujo interface de trabalho eram as próprias mãos e que permitia segurar o equipamento e simultaneamente trabalhar com ele com um razoável nível de conforto.

Criando blog de sucesso
Criando blog de sucesso

Alguns dos críticos, mais pessimistas, garantiam que não teria qualquer sucesso porque não tinha teclado. Claro que a ausência de teclado era uma das vantagens competitivas do iPad. Não só o sucesso foi enorme, como todo o mercado se lançou a desenvolver produtos semelhantes.

2.1 Validação da ideia

Existindo uma ideia, é fundamental a sua validação. Validar a ideia permite ao empreendedor perceber se vale a pena iniciar o seu projeto ou se, por outro lado, não existem condições para o sucesso da mesma.

2.1.1 Avaliação da viabilidade de uma ideia

A avaliação de viabilidade de uma ideia deve ser feita em três perspetivas:

· Viabilidade técnica

· Viabilidade económica

2.1.2 Viabilidade Técnica

Viabilidade de executar a ideia ou solução pensada, do ponto de vista de know-how e recursos técnicos disponíveis. Implica:

· Confirmar a detenção ou disponibilidade do know-how para construir a solução;

· Descrever detalhadamente o processo de construção da solução;

· Confirmar a existência e acessibilidade dos equipamentos capazes de construir a solução;

· Confirmar a existência e acessibilidade das instalações necessárias à implementação do projeto;

· Confirmar a existência de empresas que podem participar na produção industrial;

· Confirmar que a solução tem capacidade de competir com as soluções concorrentes;

· Verificar pontos fortes e fracos da solução em comparação com a concorrência.

2.1.3 Viabilidade económica

A ideia ou solução pensada constitui-se como oportunidade de negócio? As oportunidades de negócio resultam de necessidades não satisfeitas ou que podem ser satisfeitas de uma forma diferente e melhorada, relativamente às soluções existentes.

O objetivo é garantir que existe mercado para a solução, que o mercado está disponível para aderir à solução e que tem dimensão para viabilizar o projeto economicamente.

Apesar de, numa fase inicial, não ser geralmente viável o empreendedor fazer ou encomendar um estudo de mercado, pode sempre fazer uma amostragem limitada de utilização e receber feedback sobre a aceitação da ideia e alterações a introduzir. Os amigos, os professores são alguns exemplos de utilizadores que podem dar feedback sobre a ideia.

Achina Bonzo x António Prince & Cremildo RJ – Biscatos

MOZMIDIA

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